PNAIC - Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa

19ª AULA - DATA: 25/09/13

INICIANDO A CONVERSA

Leitura Deleite feita pela Silvia: Iguais, mas diferentes . Hardy Guedes


A nossa aula teve como tema central o trabalho com Gêneros Textuais em sala de aula .
Antes mesmo de iniciarmos a leitura do texto: Os gêneros em foco: pensando na progressão e na seleção dos alunos - Leila Nascimento da SIlva - Unidade 5, a nossa orientadora nos entregou vários pedaços de papel com trechos de um texto para cada uma de nós. Em seguida perguntou para cada uma que gênero textual tínhamos recebido? Por conta de algumas características específicas, algumas colegas acreditaram se tratar de uma carta, outras de um bilhete e outras ainda de um diário. No final a revelação - se tratava de um conto epistolar de Dalton Trevisan, denominado de : Ismênia, moça donzela, parte integrante do Livro "Quem tem medo de vampiro",desse autor, Editora Ática, SP, 2007.

TAREFA PARA SALA/CASA:

 Em seguida, fizemos a leitura em grupo do texto sobre Gêneros textuais - Ano 3 e destacamos alguns aspectos questionadores que julgamos significativos para esse momento:

1- “Por que tomar os gêneros textuais como objeto de ensino e aprendizagem?” E ainda mais: “Por que torná-los o foco central no ensino relativo ao componente curricular Língua Portuguesa?”
Porque as práticas de linguagem são mediadas por instrumentos culturais e históricos, ou seja, por gêneros textuaise se a escola investe no ensino dos gêneros estará facilitando a apropriação dos usos da língua.
 2- Em razão da multiplicidade de gêneros textuais existentes em cada sociedade, a escola não tem condições de ensinar todos eles num mesmo ano. Daí que surge a indecisão dos professores sobre quais gêneros escolher:
Não se trata dfe criar uma espécie de gradação dos gêneros e começar a estabelecer uma hierarquia entre eles, determinando quais devem ser explorados em cada ano.A proposta de Dols e Schneuwly (2004) é que esta progressão seja garantida por meio do aprofundamento dos objetivos didáticos. Asssim, um mesmo gênero pode ser trabalhado em anos/ciclos/ séries diferentes, mas com o passar dos anos essa abordagem deve ser cada vez mais complexa (aprendizagem em espiral).
 É preciso pensar problemas de linguagem de diferentes níveis de dificuldade que vão se aprofundando com o avançar da escolaridade. Tais problemas estariam relacionados às capacidades de linguagem: capacidades de ação (representação do contexto social, no qual a situação de interação está inserida), capacidades discursivas (estruturação discursiva dos textos) e capacidades linguístico- discursivas (escolha de unidades linguísticas) (DOLZ E SCHNEUWLY, 2004).
 3- Para realizar um trabalho progressivo com gêneros o professor deve considerar os seguintes aspectos:
  • conhecer bem as habilidades que seus alunos já possuem e estabelecer quais as que deseja que ele saiba;
  • a escola precisa garantir a exploração da diversidade de gêneros textuais, uma vez que cada gênero proporciona diferentes formas de mobilização das capacidades de linguagem e, portanto, diferentes aprendizagens;
  • entretanto, como foi salientado, não seria necessário a aprendizagem de todos os gêneros, até porque as aprendizagens relativas a um gênero são transferíveis para outros, uma vez que existe semelhanças entre alguns gêneros, fato que facilita o plano de trabalho do professor.
4- Foi justamente pensando nesta progressão e nas semelhanças (e diferenças) entre os gêneros que resolveram agrupá-los em onze grupos.
Defendemos aqui, que, em todas as escolaridade, sejam realizados estudos sistemáticos, por meio de diferentes  formas de organização do trabalho pedagógico  (projetos didáticos, sequências didáticas, entre outras) de gêneros pertencentes a este onze agrupamentos. São eles:
 1) Textos literários ficcionais São textos voltados para a narrativa de fatos e episódios do mundo imaginário (não real). Entre estes, podemos destacar: contos, lendas, fábulas, crônicas, obras teatrais, novelas e causos. 
2) Textos do patrimônio oral, poemas e letras de músicas Os textos do patrimônio oral, logo que são produzidos têm autoria, mas, depois, sem um registo escrito, tornam-se anônimos, passando a ser patrimônio das comunidades. São exemplos: as travalínguas, parlendas, quadrinhas, adivinhas, provérbios. Também fazem parte do segundo agrupamento os poemas e as letras de músicas.
3) Textos com a finalidade de registrar e analisar as ações humanas individuais e coletivas e contribuir para que as experiências sejam guardadas na memória das pessoas Tais textos analisam e narram situações

vivenciadas pelas sociedades, tais como, as biografias, testemunhos orais e escritos, obras historiográficas e noticiários.

4) Textos com a finalidade de construir e fazer circular entre as pessoas o conhecimento escolar/científico. São textos mais expositivos, que socializam informações, por exemplo, as notas de enciclopédia, os verbetes de dicionário, os seminários orais, os textos didáticos, os relatos de experiências científicas e os textos de divulgação científica.

5) Textos com a finalidade de debater temas que suscitam pontos de vista diferentes, buscando o convencimento do outro Com base nos textos do agrupamento 5 os sujeitos exercitam suas capacidades argumentativas. Cartas de reclamação, cartas de leitores, artigos de opinião, editoriais, debates regrados e reportagens são exemplos de textos com tais finalidades.

6) Textos com a finalidade de divulgar produtos e/ou serviços - e promover campanhas educativas no setor da publicidade Também aqui a persuasão está presente, mas com a finalidade de fazer o outro adquirir produtos e/ou serviços ou mudar determinados comportamentos. São exemplos: cartazes educativos, anúncios publicitários, placas e faixas. 

7) Textos com a finalidade de orientar e prescrever formas de realizar atividades diversas ou formas  e agir em determinados eventos Fazem parte do grupo sete os chamados textos instrucionais, tais como, as receitas, os manuais de uso de eletrodomésticos, as instruções de jogos, as instruções de montagem e os regulamentos.

8) Textos com a finalidade de orientar a organização do tempo e do espaço nas atividades individuais e coletivas necessárias à vida em sociedade. São eles: as agendas, os cronogramas, os calendários, os quadros de horários, as folhinhas e os mapas. 

9) Textos com a finalidade de mediar as ações institucionais. São textos que fazem parte, principalmente, dos espaços de trabalho: os requerimentos, os formulários, os ofícios, os currículos e os avisos.

10) Textos epistolares utilizados para as mais diversas finalidades As cartas pessoais, os bilhetes, os e-mails, os telegramas medeiam as relações entre as pessoas, em diferentes tipos de situações de interação.

11) Textos não verbais: Os textos que não veiculam a linguagem verbal, escrita, tendo, portanto, foco na linguagem não-verbal tais como, as histórias em quadrinhos só com imagens, as charges, pinturas, esculturas e algumas placas de trânsito compõem tal agrupamento.

5- Mas, por que escolher, em cada ano, exemplares de gêneros de diferentes agrupamentos?         
 Primeiro, porque os agrupamentos buscam garantir que diferentes finalidades sociais de leitura e escrita sejam contempladas em sala de aula, por meio de um trabalho sistemático com gêneros variados.
 Segundo, ao explorarmos um gênero de um agrupamento, estamos proporcionando que determinadas operações de linguagem sejam desenvolvidas, ou seja, aquelas mais intimamente ligadas a um agrupamento e não a outro. Este aprendizado também contribui para que os alunos consigam lidar melhor com outros gêneros do mesmo agrupamento.
Por fim, um terceiro aspecto a ser levado em consideração é o fato de que há alunos com mais facilidade, por exemplo, na produção de textos com a finalidade de debater temas controversos; já outros podem ter mais habilidade em construir textos narrativos ficcionais. Se trabalharmos com gêneros pertencentes a um único grupo, os alunos com dificuldades de lidar com gêneros deste grupo poderão encarar o ato da escrita como um obstáculo constante, algo difícil de ser superado, desmotivando- -os para as outras aprendizagens. Porém, ao variarmos os gêneros, daremos oportunidades aos alunos para também mostrarem suas melhores habilidades e, assim, contribuímos para mantê-los motivados a
continuar seu processo de apropriação das práticas de linguagem. 

Combinamos de trazer para a próxima aula um livro que mais gostamos com a sinopse do mesmo.

APROFUNDANDO O TEMA

Leitura dos textos Unidade 5 - ano 1 e ano 2 - comentários

ANO 1: Dificuldade de trabalhar com gêneros literários e, ao mesmo tempo, dar conta que no final do ano os alunos estejam no nível de escrita alfabético.

ANO 2:  Destaque para a diferença entre gêneros textuais e tipos textuais. .


                                                Gêneros e Tipos Textuais




Nenhum comentário:

Postar um comentário